Questões de História Resolvidas e Comentadas

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Reveja pontos importantes que tradicionalmente são cobrados nos principais vestibulares. Nessa postagem estamos trazendo para vocês uma seleção de questões de diversos vestibulares passados.

 

Logo após cada questão, está a resolução da equipe de professores de História do sovestibular.blogspot.com. Lembre-se que só deve ser consultada depois que você esgotar todos os seus recursos. 

 Boa Sorte nesse novo teste!!!

1) Do ponto de vista cultural, na passagem da Antiguidade para a Idade Média, é correto afirmar que o patrimônio greco-romano:


a) só não sofreu perda maior devido à ação esclarecida de muitos chefes bárbaros. 
b) perdeu-se quase completamente porque, dado o seu caráter pagão, foi rejeitada pela Igreja. 
c) foi rejeitado pelos bárbaros em razão do caráter cristão com que foi revestido pela Igreja. 
d) não desapareceu com a antiguidade porque a Igreja serviu de conduto para sua sobrevivência. 
e) escapou do desaparecimento graças à preservação fortuita de textos antigos. 


Resolução:
O final da Antiguidade e início da Idade Média caracterizou-se pela ascensão da Igreja Cristã, cujos clérigos e escritores defensores da nova fé acabaram conciliando o credo cristão com o pensamento filosófico dos gregos e romanos. Objetivando equipar a nova religião com fundamentos que pudessem fazer frente a ataques teóricos e morais daqueles que ainda seguiam os valores antigos, a Igreja possibilitou a sobrevivência do patrimônio greco-romano. 
LETRA D 


2) Ajudaram os espartanos a vencer os atenienses na Guerra do Peloponeso, mas não foram eles que acabaram por conquistar a Grécia. Pelo contrário, posteriormente, eles foram também conquistados e integrados a um novo império. Trata-se dos

a) egípcios e do Império Romano.
b) fenícios e do Império Cartaginês.
c) persas e do Império Helenístico.
d) siracusanos e do Império Siciliota.
e) macedônicos e do Império Babilônico.

Resolução:
A Liga de Delos, nascida para proteger as cidades gregas de um confronto com os persas, após as Guerras Médicas se transforma num instrumento do imperialismo ateniense, alimentando um forte clima de rivalidade entre as cidades. O ódio ao imperialismo ateniense acaba levando à formação da Liga do Peloponeso, liderada por Esparta, e à Guerra do Peloponeso, em que Esparta contará com o apoio do antigo inimigo persa. Essa guerra fragilizou as cidades de tal forma, que abriu espaço para a invasão macedônica. Sob domínio macedônico nascerá o Império Helenístico, caracterizado pelas conquistas de Alexandre Magno, levando a cultura grega a persas, egípcios, sírios e etc.
LETRA C


3) No Brasil colonial, a escravidão caracterizou-se essencialmente:

a) por sua vinculação exclusiva ao sistema agrário exportador.
b) pelo incentivo da Igreja e da Coroa à escravidão de índios e negros.
c) por estar amplamente distribuída entre a população livre, constituindo a base econômica da sociedade.
d) por destinar os trabalhos mais penosos aos negros e os mais leves aos índios.
e) por impedir a emigração em massa de trabalhadores livres para o Brasil.

Resolução:
No período colonial, a escravidão foi a forma de trabalho predominante, utilizada em praticamente todas as atividades econômicas - do setor agrícola aos serviços domésticos, passando pelo artesanato e o comércio. O escravo estava presente, pois, em boa parte das casas dos colonos brancos, para quem o ideal de "status" social era poder alienar-se de qualquer forma de trabalho e cultivar o ócio.
LETRA C


4) Sobre a Reforma religiosa, do século XVI, é correto afirmar que

a) nas áreas em que ela penetrou, obteve ampla adesão em todas as camadas da sociedade.
b) foi um fenômeno tão elitista quanto o Renascimento, permanecendo afastada das massas rurais e urbanas.
c) nada teve a ver com o desenvolvimento das modernas economias capitalistas.
d) fundamentou-se nas doutrinas da salvação pelas obras e na falibilidade da Igreja e da Bíblia.
e) acabou por ficar restrita à Alemanha luterana, à Holanda calvinista e à Inglaterra anglicana.

Resolução:
A Reforma Religiosa (ou Protestante) abalou a hegemonia da Igreja Católica, propiciando o surgimento de uma nova mentalidade, seja no campo político-econômico, seja no sócio-cultural. O sucesso da Reforma deve-se ao contexto histórico dos séculos XV e XVI, traduzido no nacionalismo, na ascensão da burguesia, na angústia das camadas populares e na ação crítica de membros da Igreja, como Lutero e Calvino, por exemplo. Vale observar que a questão peca ao generalizar que a Reforma Religiosa "obteve ampla adesão em todas as camadas sociais". Nas três matrizes da Reforma (Luterana, Calvinista e Anglicana), observa-se a ação das elites utilizando tanto os reformistas quanto as massas populares em proveito próprio, ou seja, o termo "ampla adesão" foi mal empregado pelo examinador, podendo deixar margem a dúvida ou insegurança por parte do vestibulando.
LETRA A


5) A chamada Guerra dos Mascates, ocorrida em Pernambuco em 1710, deve-se

a) ao surgimento de um sentimento nativista brasileiro, em oposição aos colonizadores portugueses.
b) ao orgulho ferido dos habitantes da vila de Olinda, menosprezados pelos portugueses.
c) ao choque entre comerciantes portugueses do Recife e a aristocracia rural de Olinda pelo controle de mão-de-obra escrava.
d) ao choque entre comerciantes portugueses do recife e a aristocracia rural de Olinda cujas relações comerciais eram, respectivamente, de credores e devedores.
e) a uma disputa interna entre grupos de comerciantes, que eram chamados depreciativamente de mascates.

Resolução:
No início do século XVIII, a cidade de Recife, embora submetida politicamente a Olinda, apresentava maior desenvolvimento econômico - chegando seus comerciantes a tornar-se credores da aristocracia rural olindense. Em virtude dessa posição privilegiada, Recife desejava a emancipação política, mas Olinda, controlando a Câmara Municipal, pressionava em sentido contrário, temendo perder importante parcela da arrecadação de impostos. Assim teve início o conflito, que terminaria com a intervenção da Coroa Portuguesa a favor de Recife, garantindo a sua emancipação.
LETRA D


6) Os movimentos fundamentalistas, que tudo querem subordinar à lei islâmica (Sharia), são hoje muito ativos em vários países da África, do Oriente Médio e da Ásia. Eles tiveram sua origem histórica.

a) no desenvolvimento do islamismo, durante a Antiguidade, na Península Arábica.
b) na expansão da civilização árabe, durante a Idade Média, tanto a Ocidente quanto a Oriente.
c) na derrocada do socialismo, depois do fim da União Soviética, no início dos anos noventa.
d) no estabelecimento do Império turco-otomano, com base em Istambul, durante a Idade Moderna.
e) na ocupação do mundo árabe pelos europeus, entre a segunda metade do século XIX e primeira metade do século XX.

Resolução:
Após a morte de Maomé, em 632, com península arábica já unificada em torno do islamismo, inicia-se o processo de expansão da civilização árabe, fundamentado no ideal da "Djihad" (Guerra Santa). A expansão, partindo da Arábia tanto em direção ao Ocidente (norte da África e península Ibérica) quanto em direção ao Oriente (Mesopotâmia e parte da Índia), fez-se acompanhar da conversão de diferentes povos ao islamismo, fazendo da religião o fator de identificação e unidade. Durante o processo de conquistas, verifica-se a perda da unidade religiosa islâmica, com o surgimento de duas seitas principais: a dos sunitas e a dos xiitas. Estes últimos preconizavam uma estrita observância dos preceitos do Alcorão, estando na origem dos movimentos fundamentalistas atuais.
LETRA B


7) Podemos afirmar sobre o período da mineração no Brasil que

a) atraídos pelo ouro, vieram para o Brasil aventureiros de toda espécie, que inviabilizaram a mineração.
b) a exploração das minas de ouro só trouxe benefícios para Portugal.
c) a mineração deu origem a uma classe média urbana que teve papel decisivo na independência do Brasil.
d) o ouro beneficiou apenas a Inglaterra, que financiou sua exploração.
e) a mineração contribuiu para interligar as várias regiões do Brasil, e foi fator de diferenciação da sociedade.

Resolução:
A economia mineradora, que caracterizou o setecentismo colonial brasileiro, provocou, por sua posição geográfica interiorizadora, a mudança do eixo administrativo e a interligação sócio-econômica de outras regiões, principalmente o sul da colônia, através do comércio dos tropeiros.
Durante o século XVIII, a sociedade aristocrática açucareira, que se concentrava sobretudo no litoral, conviveu com a sociedade mineradora, caracterizada pelo surgimento de uma camada média, melhor distribuição de renda e alguma flexibilidade social, conforme sugere a alternativa.
LETRA E

8) Qual dos países abaixo, não passou por nenhuma das várias revoluções políticas que marcaram a Europa no século XIX?

a) Itália
b) Espanha
c) Alemanha
d) Inglaterra
e) França

Resolução:
Ao longo do século XIX, diversos movimentos provocaram alterações substanciais nos regimes políticos de alguns países. Por exemplo, os processos de unificação da Alemanha e da Itália, liderados pelas burguesias locais e com significativa participação popular; a Revolução Liberal de 1820, na Espanha, e as grandes agitações na França de 1830 e 1848. Em relação aos demais países do continente, a Inglaterra nos chama a atenção por sua estabilidade política (apesar da existência de conflitos sociais expressos, por exemplo, no cartismo), ancorada em seu regime monárquico parlamentar burguês, caracterizando aquilo que Lord Canning, ministro das relações exteriores inglês (1822-27) chamou de "splendid isolation".
LETRA D


9) "(em) Massachussetts o espírito do capitalismo estava presente antes do 'desenvolvimento capitalista'... neste caso, a relação casual é, certamente, a inversa daquela sugerida pelo ponto de vista materialista". [Max Weber, A Ética Protestante e o Espírito do Capitalismo]
A afirmação

a) valoriza a visão do materialismo sobre o desenvolvimento do capitalismo na Nova Inglaterra.
b) sustenta, ao contrário do marxismo, que o espírito capitalista foi o criador do capitalismo moderno.
c) coincide com a crítica marxista ao materialismo sobre a existência do capitalismo na Nova Inglaterra.
d) diverge do marxismo ao defender a existência de uma fase de acumulação primitiva de capital.
e) defende uma concepção consensual entre os historiadores sobre a origem do capitalismo.

Resolução:
Dentro de uma visão marxista (isto é, predominantemente materialista), são as transformações econõmico-sociais as principais responsáveis por mudanças nos sistemas políticos, na cultura, na religião e nas mentalidades; enfim, nas diversas formas de sentir e expressar a realidade. Max Weber, ao analisar o fenômeno do protestantismo em sua conhecida obra A Ética Protestante e o Espírito do Capitalismo, inverteu a concepção marxista, ao enfatizar a ideia segundo a qual o calvinismo embutia uma ética que enfatizava as virtudes burguesas da parcimônia e da diligência, vistas ao mesmo tempo como indicação e caminho da salvação e, portanto, estimulando a afirmação das relações econômicas capitalistas.
LETRA B


10) Sobre o chamado despotismo esclarecido é correto afirmar que

a) foi um fenômeno comum a todas as monarquias europeias, tendo por característica a utilização dos princípios do iluminismo.
b) foram os déspotas esclarecidos os responsáveis pela sustentação e difusão de ideias iluministas elaboradas pelos filósofos da época.
c) foi uma tentativa bem intencionada, embora fracassada, das monarquias europeias reformarem estruturalmente seus Estados.
d) foram os burgueses europeus que convenceram os reis a adotarem o programa de modernização proposto pelos filósofos iluministas.
e) foi uma tentativa, mais ou menos bem sucedida, de algumas monarquias reformarem, sem alterá-las, as estruturas vigentes.

Resolução:
Apesar do movimento iluminista (século XVIII) ter apresentado a crítica ao antigo regime como uma de suas principais características, alguns soberanos adotaram-no de maneira superficial em seus governos. Tal atitude visava, através de reformas, à manutenção do poder absolutista. Foi o caso, por exemplo, do Marquês de Pombal, ministro de D. José I (Portugal), Frederico II (Prússia) e Catarina II (Rússia).
É importante salientar, portanto, que o despotismo esclarecido não foi um movimento comum a todas as monarquias europeias e se caracterizou como uma tentativa de modernização do poder absolutista através de transformações que não atingiam a estrutura política vigente.
LETRA E


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